O USO DO
INTERNETÊS E SUAS CONSEQUÊNCIAS
As transformações causadas pelas tecnologias em nossas vidas
são cada vez mais evidentes, e essas mudanças também têm atingido a escrita. A
rapidez e a praticidade que as TICs
oferecem, mudaram em parte a escrita, pois em conversas e mensagem
no Orkut, MSN, chats, e blogs passou a ser usada uma linguagem
diferenciada que é composta por abreviações, muitos símbolos, há a
supressão de acentos e vogais, não há regras, escreve-se
da maneira que se achar melhor, do jeito mais rápido, de modo a economizar
tempo e espaço, retrata-se assim na escrita, a maneira de cada um falar,
colocando sotaques e gírias, reforçando
a entonação e os sentimentos que o emissor quer passar, é uma “escrita
oralizada” .
É neste contexto, para
designar esse tipo de linguagem praticada por meio da internet que surge o termo
“internetês”. Tanto que se você entra em uma sala de bate papo, escrevendo
corretamente, fica logo evidente de que você não está habituado com a internet.
Porém a preocupação é de como o internetês está sendo usado e
de até que ponto pode interferir no aprendizado e na comunicação entre as
pessoas.
Muitas pessoas pensam que o internetês é oriundo de uma grande
criatividade de seus praticantes, e encaram-no com naturalidade, pois
consideram que a linguagem evolui, se transforma e que isso é normal.
Já outras pensam que o uso da língua portuguesa correta, está
sendo ameaçado, pois por os alunos passar grande parte de seu tempo em contato
com a linguagem do internetês, comparado
ao contato com o bom e velho português
encontrado em livros e revistas, eles
acabam fazendo confusões e erros de ortografia.
Assim, os professores terão que se adaptar. As escolas
precisam aprender a conviver com a realidade, é obvio de que nas provas será
exigido a escrita padrão, mas já faz tempo que a forma oral é expressa com
algumas diferenças.
Então, o professor não deve se assustar com o surgimento dessa
nova linguagem, mas procurar conhecimento sobre esse idioma utilizando o
ambiente informatizado da escola. Deve mostrar aos estudantes que produzir
textos é uma forma de se comunicar, e que os mesmos devem ser adequados ao
contexto e ao leitor, o que estimulará um melhor trabalho entre professores e
alunos.
Assim segundo Faraco (2006. Pg. 17):
“Saber escrever de duas maneiras pode ser melhor do que
escrever de uma só. Mas a competência se revela mesmo no uso adequado de cada
sistema em seus respectivos contextos.”
É preciso saber o momento oportuno de usar o internetês, não
se trata de escrever certo ou errado, mas de escrever diferente, então é
preciso saber usa-lo de acordo com o contexto. Pois na internet o tempo é
curto, precisamos ser rápidos e objetivos, o que permite a informalidade da
linguagem, mas no dia a dia, precisamos ser claros e corretos no uso da
linguagem, para sermos entendidos pela maioria. E a escola cabe divulgar isso a
seus alunos, para que o uso do internetês não interfira em seu aprendizado.
A escola em conjunto com a família também deve estimular à
prática da leitura de livros e revistas adequados a idade dos mesmos, pois a
leitura enriquece o vocabulário, gera o aprendizado da gramática e da
ortografia e proporciona inúmeros prazeres.